“Sonâmbulo desperto, ao passar pela Sapucaí, matutando nas aulas que tive sobre Manuel Bandeira, fui arrebatado pelas onomatopeias do ‘Trem de ferro’, só que, em vez do café com pão, café com pão, pensava era no apito, como se gemesse Sapucaí, Sapucaíííí. Drummond, no poema ‘Dormir na Floresta’, vê que a calma e quietude do bairro é apenas quebrada pelo uivo dos trens, ‘pungente guai/ perfurando as ruas/ e casas e mentes/ com seu aflitivo/ doer dor sem nome’. E constata ser o trem da Oeste de Minas, ‘fero trem noturno/ a semear angústia/ na relva celeste/ da Floresta em flor’.”